O TEMPO – fator de sucesso para obtenção de resultados

Uma das premissas básicas para o efetivo acompanhamento dos resultados é a real necessidade de finalizar as análises, elaborar os relatórios pertinentes e tudo o mais, em tempo não superior ao quinto dia útil seguinte ao mês findo, visando a ter tempo suficiente para redirecionamento do caminho e/ou implantar ações de bloqueios e de recuperação eficientes e eficazes.

Depara-se, então, com uma série enorme de obstáculos que precisam ser neutralizados, no primeiro momento:

  1. A contabilidade não consegue fechar os trabalhos em tempo hábil – é fundamental, portanto, mostrar ao responsável pela controladoria a importância da data para que ele se sensibilize e faça um plano de ação para cumprir as metas de prazos;
  2. Os gestores alegam que não possuem tempo hábil para seu trabalho de análise porque os resultados saem tarde demais.
  • Chegou a hora de um trabalho árduo quando se ouve esta afirmação – é dever de todos os gestores colocar como fundamento do trabalho o fato de que os envolvidos no sistema de gestão são gestores e não conferentes de planilhas/matrizes;
  • O que isto quer dizer? – significa que eles precisam estar atentos às despesas diariamente e mensalmente. Dessa forma, ao chegarem as matrizes, a maioria das contas já terá sido analisada, mesmo porque, aproximadamente 90% delas só são lançadas uma vez ao mês bem antes do encerramento. São exemplos disso salários e contas aliadas, aluguel, água, luz, telefone e tantas outras. Portanto, ao chegarem os números da contabilidade, basta uma conferência final e muita rápida. Análises e ações tempestivas são mais importantes que 100% de acerto dos lançamentos contábeis. Não é diferente para as receitas, considerando que na maioria das vezes conhecemos o resultado das vendas diariamente.
  1. Na verdade, no instante das anomalias, todas as ações corretivas já devem ter sido tomadas, caso tenha havido alguma. Por que esperar até o início do mês seguinte para corrigir eventuais erros?
  2. Há momentos em que gestores pouco preparados sugerem mudanças nas metas. Vamos refletir sobre o tema:
  • As metas são estabelecidas por órgãos superiores, após ampla discussão e negociação, cabendo aos gestores encontrar os meios e ferramentas para alcança-las e não questioná-las;
  • Acontece que há um mau hábito de querer mudar as metas toda vez que elas não são alcançadas. Interessante é que quando são alcançadas com facilidade não há solicitação de revisão para apertá-las.
  • Se, após todo o trabalho de busca das causas dos desvios, constata-se que a meta está inadequada, deve-se averiguar, por meio de análises aprimoradas, se houve mudanças das premissas ou condições que originaram a peça orçamentária ou do quadro de metas iniciais. Sendo a resposta positiva, faz-se um novo processo para estabelecer novas metas.
  • Portanto, a figura de revisão de metas não é apropriada. O que necessita ser feito é um novo exercício de planejamento devido às mudanças de premissas, cenários, ambientes e outros fatores.

Não esquecer que gerenciar é atingir metas – todo gestor deve estar comprometido com resultados, daí então a necessidade deste trabalho ser diário e não após algum fato diverso ter acontecido, tão somente porque pode ser tarde demais.

O argumento principal é que este é o trabalho do gestor, isto é, atingir metas e alcançar resultados, não cabendo a alegação de que não há tempo para desenvolver seu trabalho.

Se não há tempo para fazer o seu trabalho, quem o fará? E o que ele está fazendo?

Erico Barros

Erico Barros

Conselheiro e sócio do Aquila, é administrador com especialização em economia e finanças pela University of Cambridge e avaliação de negócios governamentais pela USP. Participou do Program for Management Development da Harvard University e integrou a 1° missão de executivos brasileiros ao Japão, em 1991. Atua há mais de três décadas com a gestão de organizações de diversos segmentos. Autor do livro técnico, Análise Financeira – Enfoque Empresarial (2016).

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