Ibovespa cai e perde os 80 mil após Trump reacender embate com a China

Publicado em 04/05/20

A bolsa brasileira recua, nesta segunda-feira, refletindo o cenário global de maior aversão a risco, após aumentarem as tensões entre China e Estados Unidos em torno do debate sobre a origem do coronavírus. Para o governo americano, o vírus foi criado em um laboratório chinês. Na sexta-feira, o presidente Donald Trump culpou a China por, supostamente, ter criado o vírus e ameaçou fazer retaliações por meio de tarifas. Às 12h, o Ibovespa, principal índice de ações da B3, caía 3,33% e marcava 77.821,95 pontos.

As falas de Trump têm tido repercussão negativa no mercado desde sexta-feira, 1. Fechado desde quinta-feira, 30, devido ao feriado do Dia do Trabalho, o mercado brasileiro também absorve as quedas que as bolsas internacionais registraram no fim da última semana, quando o ETF EWZ, que representa a bolsa brasileira nos EUA, caiu 4,42%.Veja também

Segundo Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, as “pesadas” acusações de Trump e a ameaça de novas tarifas fez ressurgir a preocupação sobre a volta da guerra comercial. “É tudo o que o mundo não queria”, afirmou.

Com a maior cautela entre os investidores, os principais índices acionários do mundo registravam perdas. Nos EUA, o S&P recuava 0,6%, enquanto o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 3,05%. O destaque negativo ficava com a bolsa de París, que desabava 4,05%. Assim como o brasileiro, o mercado francês esteve fechado na última sexta-feira.

Por aqui, Bertotti também avalia que a instabilidade política também pode intensificar as perdas do Ibovespa. “O risco político continua em maio e pode se acentuar ao longo do mês.”

No radar dos investidores, está a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, que foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, acirrando o mau estar entre o Executivo e o Judiciário. As acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que passou mais de 8 horas, no sábado, prestando depoimentos na Polícia Federal de Curitiba.

Na bolsa, as ações do setor de aviação amargavam as maiores quedas do Ibovespa. Após apresentar prejuízo líquido de 2,261 bilhões de reais em balanço não auditado do primeiro trimestre, os papéis da GOL caíam 9,44%. “O resultado apresentado pela Gol corrobora a dificuldade que as empresas do setor devem possuir ao longo do ano”, afirmou em relatório Luis Sales, analista de empresas da Guide Investimentos. Já os papéis da Azul despencavam 11,4% e os da Embraer, 9%.

Fonte: Exame

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