Face as oscilações dos mercados, as empresas são forçadas a agir de forma inovadora de maneira a manter a rentabilidade do negócio sem impactar a entrega e qualidade do produto ou serviço. Em meio a este contexto de rápidas e profundas transformações, a gestão dos ativos da organização torna-se fator crítico para a geração de resultados.
Uma abordagem correta do sistema de gestão de ativos proporcionará um diferencial na busca pelo crescimento sustentável. E para tal a indústria passa a contar com uma forte aliada: a ISO 55.000 : 2014.
Desta forma, apresentamos o conceito operacional de Gestão de Ativos que consolida os diversos processos de gestão em um modelo de maturidade bem organizado e sequenciado de forma a inspirar as organizações para um crescimento sustentável e alinhado com as melhores práticas e normas internacionais, tais como a ISO 55.000. A figura abaixo representa o conceito operacional de Gestão de Ativos, também caracterizado como Manutenção Classe Mundial (World Class Maintenance):
Os estágios de evolução representam a graduação do nível de gestão de ativos das organizações, devendo ser respeitado o crescimento passo a passo, assim como a complexidade operacional da organização (risco associado ao negócio).
Ao se consolidar os 5 níveis, chega-se ao estágio de Excelência Operacional ou Manutenção Classe Mundial, onde os esforços do Departamento de Manutenção são os mais eficazes para suportar o plano estratégico de crescimento e sustentabilidade da organização.
Adicionalmente, o modelo acima permite, através de uma avaliação de consistência dos processos (assessment), posicionar a organização no nível de maturidade em que se encontra no momento e traçar planos estruturados de desenvolvimento. Este grau de maturidade pode também ser utilizado em processo de benchmark, de forma a comparar:
- unidades operacionais dentro de um mesmo grupo industrial;
- empresas dentro do mesmo segmento;
- empresas dentro de diferentes segmentos.
Esta prática salutar de benchmark fomenta o processo de melhoria contínua e a troca de boas práticas.
O controle eficaz e governança dos ativos pelas organizações são essenciais para obter valor por meio do gerenciamento de riscos e oportunidades, a fim de atingir o equilíbrio desejado entre custo, risco e desempenho. Os ambientes regulatório e legislativo nos quais as organizações operam são cada vez mais desafiadores, e os riscos inerentes que muitos ativos apresentam estão em constante evolução.
Os benefícios da gestão de ativos podem incluir, não estando limitado a, o seguinte:
- Melhoria do retorno sobre os investimentos e redução de custos;
- Aprimoramento do processo de tomada de decisões sobre investimentos;
- Mitigação de riscos financeiro, ambiental e social;
- Garantir o desempenho dos ativos (disponibilidade) e aprimorar os processos e procedimentos organizacionais;
- Melhoria na capacidade de demonstração de conformidade com as exigências legais, estatutárias e regulatórias;
- Melhoria da imagem por meio da satisfação do cliente.
A identificação da correta abordagem de gestão dos ativos passa a ser tema fundamental na estratégia das organizações e possui os elementos de apoio necessários para uma assertiva tomada de decisão. A ISO 55.000 e o modelo Manutenção Classe Mundial formam a linha mestre de orientação para uma Gestão de Ativos de Excelência.
Luciano Gomes
Especialista em Gestão de Ativos, com liderança em mais de 40 projetos em empresas líderes mundiais. Executivo e Consultor com 20 anos de experiência em Melhoria Contínua de Desempenho de Processos Industriais e atuação internacional na condução de programas de Gestão da Manutenção, Gestão da Qualidade, Gestão da Confiabilidade, Processos Lean e Six Sigma. Graduado em Engenharia Civil, Pós-graduado em Gestão Estratégica de Negócios, ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e Formado em Educação Executiva na área de Gestão da Operação pela Kellogg School of Management nos EUA. Liderou projetos de gestão em indústrias de diferentes segmentos como Mineração, Siderurgia, Papel e Celulose, Alimentos, Construção, Energia, Automotivo e Químico, no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Portugal.
Artigo apresentado nas Jornadas da Manutenção em nov/2016 organizado pela APMI – Porto, Portugal.
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