A Secretaria de Educação de Manaus é responsável pela terceira maior rede de ensino do Brasil, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro, com 489 escolas que atendem a 232 mil alunos. Desde 2014, a administração municipal trabalha em conjunto com o Instituto Aquila e colhe os resultados da implantação da metodologia GIDE – Gestão Integrada da Escola.

No último dia 6, um dos principais veículos da capital amazonense, o jornal A Crítica, noticiou sobre o enfoque da metodologia e ferramentas que vêm sendo utilizadas para alcançar os objetivos projetados. O texto destaca o impacto positivo sobre a gestão das escolas e o suporte contínuo dos multiplicadores treinados pelo Instituto.

A sócia do Aquila responsável pelo projeto, Michelle de Souza, enfatizou alguns dos fatores determinantes para o sucesso dos sistemas educativos. “Apesar de todos os desafios inerentes a uma rede educacional de ensino, afirmamos que é possível ter saltos de qualidade na educação. (…) Está mais do que comprovado que o que tem feito a diferença no resultado de uma rede é a capacidade em aplicar e gerir, sejam recursos financeiros, tecnológicos ou humanos, naquilo que de fato impacta a atividade fim. Isso é gestão. É a maneira pela qual uma instituição se mobiliza para cumprir com efetividade a sua missão, que é ensinar”.

Abaixo, íntegra da matéria elaborada pela jornalista Marcela Moraes para o jornal A Crítica.

Em busca da qualidade

Elaborar ações em busca de elevar a qualidade da educação, com melhoria do processo ensino e aprendizagem, e assim melhorar a elevação da aprovação, a redução do abandono escolar e das taxas de insucesso escolar, compostas por índice de reprovação e abandono, esse é o trabalho que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) vem realizando, desde o início do ano de 2014, pro meio da Gestão Integrada da Educação-Avançada (Gide-Avançada) nas 484 escolas municipais da rede.

Desde 2015, a Semed também passou a realizar outra ação, chamada de Relatório de Análise e Desvio de Meta (Radm). Esta atividade é feita em um dia a cada bimestre, previsto em calendário escolar, em que as escolas param as aulas e desenvolvem atividades voltadas para análise dos resultados alcançados e desempenho dos alunos. Em cima dos dados levantados, são desenvolvidos planos de ação que são trabalhados no bimestre seguinte para solucionar as lacunas encontradas.

A Escola Municipal Vicente de Paula, localizada no bairro Japiim, Zona Sul, é uma das escolas que utiliza os resultados obtidos da análise do Radm. De acordo com a diretora Maria Santana, que há nove anos está na gestão da escola, o relatório apresenta o cenário real da educação na escola.

“É o momento em que todos os que estão envolvidos na educação traçamos as ações para melhorar as “fraquezas” detectadas no processo educacional. O Radm apresenta a qualidade do ensino que está sendo transmitido aos nossos alunos, além disso, este momento serve para averiguar o ambiente escolar em geral, a estrutura e a qualificação do professor, ou seja, torna-se uma análise geral para melhorar os resultados e a qualidade do ensino”, relatou.

Para o gestor da Escola Municipal Profª Francisca Pereira de Araújo, localizada no Parque das Nações, Zona Norte, Genivaldo Lacerda, com a nova metodologia foi possível identificar como está cada turma. “Desta forma o desenvolvimento da escola – positivo ou negativo – é apresentado em números aos professores, assim é possível termos todo o panorama da escola. Hoje eu conheço a situação de cada aluno, o Radm é uma ferramenta de real relevância porque a partir de sua utilização a escola sabe onde começa, o caminho que tem a trilhar e aonde a escola quer chegar”, disse Lacerda.

Gestão integrada e avançada

Com a Gestão Integrada de Educação –Avançada (Gide-Avançada) 100 assessores de gestão atuam diariamente nas escolas da rede municipal. Cada assessor é responsável por cinco escolas e visita uma por dia, de segunda a sexta-feira. Esses profissionais atuam como apoio às unidades da rede, para que aprimorem o seu sistema de gestão, identifiquem pontos de melhorias nos processos pedagógicos e administrativos, que impactam diretamente no desempenho dos estudantes, como infrequência, baixo rendimento, dificuldade de aprendizagem, dentre outros.

A proposta é avaliar bimestralmente se os alunos alcançaram os 70% de aproveitamento das avaliações internas aplicadas nas escolas, assim como conhecer o desempenho de 75% dos estudantes do 3º ano no Prova Brasil e na Avaliação do Desempenho do Estudante (ADE).

Marcela Moraes – A Crítica (Manaus) – 6 de julho de 2016