Onda de revisões já apontam para recuo de até 9% no PIB do Brasil em 2020

Data da publicação: 13 abr 2020, 13h08

A imprevisibilidade gerado pela pandemia de coronavírus está fazendo com que instituições públicas e privadas revisem quase que semanalmente suas previsões sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020.

A economista Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, nos Estados Unidos, já trabalha com um intervalo de 6% a 9% de queda, superior ao recuo de 5% esperado por ela há três semanas.

“A piora está atribuída à demora do governo em lançar mão das medidas para conter a recessão”, diz Bolle.

Ela também ressalta que a projeção para o PIB nos EUA é de quase 5%, “de modo que não é razoável achar que no Brasil será igual. Será, evidentemente, pior”, diz. Monica foi uma das primeiras economistas a falar em risco de recessão no Brasil neste ano.

Faz mais de dois meses que os economistas ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus também pioram suas estimativas. Os números chegaram nesta segunda-feira, 13, a um recuo de 1,96%, refletindo sobretudo a deterioração esperada na produção industrial .

Outra revisão foi anunciada pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF) nesta quinta-feira, 9. A instituição espera uma queda de 4,1% para o PIB deste ano e destaca que a economia brasileira não havia se recuperado totalmente da recessão de 2015.

O ministro da Economia Paulo Guedes teria dito em videoconferência com senadores na sexta-feira que a queda pode ser de 4% no PIB do ano, caso a paralisação gerada pelo coronavírus se estenda para além de julho.

Na avaliação do IIF, as economias emergentes serão as mais afetadas pela recessão, com PIB da América Latina registrando queda de 5% no ano.

A previsão do IIF sobre o PIB brasileiro em 2020 está em linha com a divulgada no último dia 7 pelo BNP Paribas. Na ocasião, o banco disse que “embora o bloqueio seja necessário para conter o surto, pode trazer graves consequências para o economia”.

Em relatório, a instituição destaca duas medidas anunciadas pelo governo como as mais importantes tanto do ponto de vista orçamentário quanto de necessidade.

Uma delas, que garante o pagamento mensal de R$ 600 a trabalhadores informais e autônomos por três meses “é a chave para o sucesso do bloqueio”, diz o banco.

Outro programa vital é o apoio financeiro para empresas que decidem manter funcionários, mas sob um regime mais flexível. De acordo com esse programa, o governo se comprometeu em pagar até 70% do valor do seguro desemprego ao qual o funcionário teria direito se fosse demitido.

InstituiçõesPrevisões PIB/2020
Banco Central0
Governo0,02%
Citi-1.70%
UBS-2%
Santander-2.20%
JP Morgan-3.20%
Goldman Sachs-3.40%
Morgan Stanley-3.70%
BNP Paribas-4%
IFI-4.10%
Banco Mundial-5%
Peterson Institutede -6% a -9%

Para ler a notícia completa: Exame

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