Portfólio ajustado e desperdício zero na indústria

O setor industrial não teve vida fácil no Brasil nos últimos tempos. Nos doze meses anteriores a abril, a produção da indústria no país recuou 3,6%, a receita total do segmento teve queda de 10,7% e o nível de emprego caiu 5,9%, segundo dados da CNI e do IBGE.

Algumas empresas têm feito ajustes para sobreviver à crise e preparar o terreno para a retomada. Mas ainda são poucas as que colocam a mão na massa para reduzir custos e ampliar receitas. “A dificuldade, muitas vezes, é priorizar os problemas que precisam ser atacados”, afirma Thiago Brandão, sócio do Aquila com experiência em projetos na indústria.

Segundo Brandão, essa busca pela eficiência passa principalmente por cortes de custos, tolerância zero com desperdício e revisão de portfólio.

Uma revisão de portfólio pode envolver a tomada de decisões difíceis, como a descontinuação de um produto que agrega pouco valor ao balanço, para que a empresa possa direcionar sua energia a itens que tragam maiores margens. “Vivemos um momento que pode catalisar essas ações e incentivar a revisão de toda a base de produtos, preparando a marca para um momento de melhora que, imaginamos, está a caminho”, diz o sócio do Aquila.

Outra medida importante é chamar para a mesa de negociação fornecedores, clientes, colaboradores e – por que não? – concorrentes para compartilhar dificuldades e definir acordos benéficos para todas as partes. Em momentos de adversidade, todos os stakeholders podem ser parte da solução.

Do ponto de vista da gestão interna, torna-se fundamental estabelecer metas específicas e de curto prazo, uma vez que o cenário não permite muita clareza a longo prazo. É claro que as empresas não devem abandonar suas visões de futuro, mas no atual momento é preciso voltar a atenção para os desafios do presente, afirma Brandão.

O sócio observa que muitas empresas que não apresentavam boa saúde financeira no início da crise econômica foram forçadas a fechar as portas. Esse fato significa, porém, que aquelas que se mantiveram no mercado passam a ter a oportunidade de ocupar espaço.

Por fim, aponta Brandão, o otimismo é uma característica essencial para sobreviver a um período de vacas magras. E é papel do líder promover essa visão. Em um cenário de pessimismo quase generalizado, se o empreendedor industrial não se mantiver otimista, não conseguirá superar os tantos obstáculos que têm aparecido pelo caminho.

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