Os últimos meses têm deixado empresários apreensivos com as consequências do atual momento econômico. Embora o contexto não seja favorável, com viés de continuidade para os próximos meses, manter o foco na produtividade e ter uma visão de futuro mais clara podem ser determinantes para a sobrevida de uma organização. A afirmativa é de Raimundo Godoy, referência técnica do Instituto Aquila.

Raimundo participou da 3ª edição do Fórum de Desenvolvimento e Competitividade Empresarial da Região Sudoeste de São Paulo, que reuniu cerca de 300 empresários para debater temas relevantes para o desenvolvimento local e contribuiu para o sucesso do evento. Entre os temas abordados, o consultor destacou o fator competitividade como uma das chaves para a vitória. “No comércio, a competitividade está diretamente relacionada ao tempo gasto para gerar o valor agregado. Se uma empresa gasta 50% menos tempo para realizar o ciclo de compra, armazenagem, distribuição e venda, então, ela aumenta o fator competitividade em duas vezes mais que o concorrente. Nos negócios, tempo é dinheiro”, afirmou.

Os números utilizados nos exemplos por Raimundo deram luz a necessidade de ser eficaz dentro de uma empresa e ter como objetivo final o princípio da qualidade total. “O desenvolvimento futuro depende, também, da forma como o empresário produz: com os recursos disponíveis, entregar sempre o melhor produto ou serviço ao menor custo. É essencial que o princípio da qualidade seja perceptível, pois os clientes valorizam e percebem quando está em prática. É com este processo que será possível agregar valor e defender o seu preço para o consumidor final”, alertou. Além do foco na produtividade, a referência técnica frisou que a busca por ser eficaz, produzindo resultados frequentes, e eficiente, fazendo mais com menos, é a combinação capaz de virar o jogo em épocas mais delicadas economicamente.

Para vencer e se sobressair aos concorrentes, Raimundo salientou também a importância de entender o sistema do qual a empresa faz parte, sendo assim, capaz de dominar os processos inerentes a ela. “Toda organização é composta por pessoas, tecnologia e processos, mas são as pessoas as engrenagens que impulsionam para o sucesso ou te bloqueiam e paralisam no tempo, pois são elas que têm o poder de agregar valor ao seu produto ou serviço. É preciso treinar a equipe para estar com o modelo mental do princípio da qualidade total e te defender diante dos concorrentes”, comentou. Ainda sob seu ponto de vista, tecnologia traz em si a inteligência competitiva (a estratégia de definir e priorizar metas e o correto alinhamento das responsabilidades para alcançar os objetivos propostos), que, somado ao modelo mental das pessoas, são incorporados aos processos, produzindo assim os resultados.

Tão relevante quanto ser eficiente e eficaz, Raimundo ainda mencionou fatores como disciplina e persistência para implementar um sistema de gestão que, por meio de melhorias estruturais e de competitividade, traga resultados financeiros. Somente empresas alinhadas têm uma visão clara de onde querem chegar e transmitem ao funcionário qual a contribuição necessária para conquistar os objetivos. Para o consultor, momentos de reflexão, como este atual que o Brasil enfrenta, devem ser encarados como oportunidades para sair da zona de conforto e buscar adquirir novos conhecimentos, investir em novas tecnologias e formar e treinar uma equipe capaz de valorizar o produto ou serviço. Aqueles que souberem se reinventar neste contexto, sem dúvida, irão sobressair.